23 de fevereiro de 2011
22 de fevereiro de 2011
Hoje é dia de B.P.!
Apesar da ocupação que todos vivemos no dia-a-dia, hoje devemos reflectir o mínimo que seja. Afinal, falamos do fundador do Escutismo. Alguém que, aos oito anos de idade, escrevia assim no caderno da escola: "Quando for adulto, trabalharei para que os pobres sejam ricos como nós. Eles devem, como nós, ter direito à felicidade. Devemos rezar a Deus sempre que pudermos e, uma vez que não se pode ser bom apenas rezando, devemos esforçar-nos continuamente por sermos bons fazendo o bem".
Em adulto, B.P. começou por ser um filho da mentalidade do seu tempo: acreditava-se na superioridade da raça branca e considerava-se os ingleses a primeira raça do mundo. Contudo, à medida que foi combatendo e conhecendo novas culturas e povos, começou a compreender que estava errado. A sua mudança de mentalidade aconteceu quando reuniu com Cecil Rhodes e descobriu "a sede e a ambição do poder e o miserável desejo das riquezas que se escondiam atrás da missão inglesa e branca". (Onde é que eu já vi estes desejos de poder no moderno actual/moderno? Hum...)
Mudou. E em 1907 organizou o primeiro acampamento, na ilha Brownsea. Ao ver serem postas em prática muitas das suas teorias de observação e dedução, estava a nascer o movimento que mais tarde, ele mesmo viria a chamar de "uma escola de cidadania por meio da arte da vida nos bosques".
Baden Powell nunca deixou de acreditar. A sua ideologia que o futuro do mundo está nas novas gerações e, essencialmente, na educação dada a essas gerações, fez do Escutismo o movimento que é hoje.
É possível mudarmos sempre que acharmos correcto? B.P. ensinou-nos que sim! Nem que seja "Devagar, devagarinho, se apanha o macaquinho", tal como ele dizia.
Em vez de terminar este texto com a última mensagem de B.P., termino com outra citação sua, que em nada está ultrapassada:
"A Paz não pode ser garantida por acordos comerciais, por alianças militares, pelo desarmamento geral ou por tratados, se não existir uma mentalidade de paz no espírito e na vontade dos povos. E isto é uma questão de educação".
Ricardo Pedro
18 de fevereiro de 2011
Tribo “Zeca Afonso”
O nome da nossa tribo já escolhido há alguns anos foi “Zeca Afonso”, não sei porquê nem por quem, pois ainda não fazia parte do clã, mas quem escolheu “Zeca Afonso”, escolheu um grande senhor da nossa cultura portuguesa. E por isso mesmo nós continuamos a ser a “Tribo Zeca Afonso” e seremos durante alguns anos.
José Manuel Cerqueira Afonso dos Santos mais conhecido por “Zeca Afonso”, nasceu em Aveiro a 2 de Agosto de 1929, foi um grande cantor e compositor português.
Partiu muito cedo para África para ao pé do pai onde a relação física com a natureza causou-lhe uma profunda ligação ao continente africano que se reflectirá pela sua vida fora. As trovoadas, os grandes rios atravessados em jangadas, a floresta esconderam-lhe a realidade colonial.
De volta a Portugal, em Belmonte, completa a instrução primária e convive com o mais profundo ambiente do Salazarismo, de que seu tio era fervoroso admirador. É nesta altura que ”Zeca”, como era costume e obrigação, adere à Mocidade Portuguesa. «Foi o ano mais desgraçado da minha vida», confessaria o próprio.
“Zeca Afonso”, foi depois estudar para Coimbra durante muitos anos onde compôs o seu primeiro disco “Fados de Coimbra”, foi uma figura central do movimento de renovação da música portuguesa que se desenvolveu na década de 1960 do século XX e se prolongou na década de 70, sendo dele originárias as famosas canções de intervenção, de conteúdo de esquerda, contra o fascismo.
“Zeca Afonso” ficou muito ligado ao derrube do Estado Novo, regime de ditadura fascista vigente em Portugal entre 1926 e 1974, uma vez que uma das suas composições, "Grândola, Vila Morena", foi utilizada como senha pelo Movimento das Forças Armadas (MFA), comandados pelos Capitães de Abril, que instaurou a democracia, em 25 de Abril de 1974.
Morreu em Setúbal no dia 23 de Fevereiro de 1987 com muitos discos lançados, e outros que não chegaram ao mercado, “Zeca Afonso” teve sempre uma palavra a dizer ou através da música ou através de colunas de jornal.
“Zeca Afonso” foi um Homem Novo pois seguiu sempre o seu ideal e conseguiu encantar a cultura portuguesa e não só.
Tiago Bernardo
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