14 de maio de 2009

GESTOS E ATITUDES CORPORAIS A OBSERVAR DURANTE A CELEBRAÇÃO DA EUCARISTIA

Instrução Geral do Missal Romano (excerto da Instrução Geral do Missal Romano promulgada pela Constituição Apostólica Missale Romanum em Abril de 1969 pelo Papa Paulo VI)

Nº 20 A atitude comum, a observar por todos os que tomam parte na celebração, é sinal de comunidade e unidade da assembleia: traduz e desperta os sentimentos íntimos dos participantes.

Nº 21 Para se conseguir a necessária uniformidade nos gestos e atitudes, importa que fiéis obedeçam às indicações que, no decurso da celebração, lhes forem dadas pelo diácono, pelo sacerdote ou por outro ministro. Em todas as Missas, desde que não se indique outra coisa, todos estão de pé: desde o início do canto de entrada, ou enquanto o sacerdote se encaminha para o altar, até à oração de colecta inclusive; durante o canto do Aleluia que precede o Evangelho; durante a proclamação do Evangelho; durante a profissão de fé e a oração universal; desde a oração sobre as oblatas até ao fim da Missa, salvo nos momentos adiante indicados. Estão sentados: durante as leituras que precedem o Evangelho e durante o salmo responsorial; durante a homilia e durante a preparação dos dons ao ofertório; e se for oportuno, durante o silêncio sagrado após a Comunhão. Estão de joelhos durante a consagração, salvo se a estreiteza do lugar, a assistência numerosa, ou outros motivos razoáveis a isso obstarem. Entretanto, compete às Conferências Episcopais adaptar à mentalidade dos povos os gestos e atitudes indicados no Ordinário da Missa romana. Atenda-se, porém, a que estejam de acordo com o sentido e o carácter de cada uma das partes da celebração.

Nº 22. Entre os gestos, estão também incluídas algumas acções: a entrada do sacerdote ao encaminhar-se para o altar; a apresentação das oferendas; a procissão dos fiéis para a comunhão. Convém que estas acções se realizem com decoro, enquanto se executam os cânticos respectivos, dentro das normas estabelecidas para cada caso.

8 de maio de 2009

A Postura dos Escuteiros na Celebração da Eucaristia

Na sequência da publicação de um parecer do Assistente Nacional do CNE, Padre Manuel da Fonte, permito-me fazer também algumas considerações e reflexões como contributo para a definição de um critério.

1 - Escutismo, espírito militar, militarização e militarismo

BP foi um militar brilhante. Distinto no espírito e nobre na acção, com um profundo sentido de serviço e consciente da sua missão. Homem de ideal e de carácter. Ao fundar o Escutismo, não abdicando de nenhuma das suas qualidades nem pondo em causa nenhum dos valores em que acreditava, soube transpor-se da vida militar para esta nova realidade que é o escutismo. Ele teve a preocupação expressa de não militarizar os Escuteiros, isto é: não lhe deu organização nem estrutura militar. O Escutismo não tem a mesma finalidade que o exército. Hoje continua a não ter sentido a militarização do Escutismo. Mas, se BP nunca quis que os escuteiros fossem militarizados, muito menos usou de militarismo. Ele nunca foi militarista na vida militar e, muito menos no Escutismo. O militarismo é uma deturpação, é a negação do espírito militar. É a inversão do verdadeiro sentido dos valores e das virtudes militares. O militarismo é um cancro na vida militar, será ainda muito pior no escutismo.

2 - Critério fundamental de postura na celebração eucarística

O grande e único critério de postura na celebração da Eucaristia é aquele que a Igreja determina para os seus fiéis. Toda a simbologia, gestos ou rituais específicos de qualquer movimento ou organização devem adaptar-se e enquadrar-se de modo que não alterem nem deturpem o sentido da liturgia. Os nºs 20, 21 e 22 da Instrução Geral do Missal Romano referem-se especificamente aos gestos e atitudes corporais a ter durante a celebração.

3 - A postura dos militares na celebração da Eucaristia

Creio que por desconhecimento, tem havido alguma confusão em relação à realidade militar. De facto a vida militar é rica e variada em gestos e rituais específicos no seu dia a dia. Mas é importante saber que gestos os militares “transportam” para a celebração da Eucaristia e como o fazem. Passo a citar algumas das orientações aprovadas oficialmente pela Autoridade Eclesiástica para a celebração da missa com solenidade especial em contexto militar:
1 – A celebração da Eucaristia é, por si mesma, um acto litúrgico de tão grande valor que qualquer solenidade externa deve considerar-se sempre como elemento acidental.
2 – De entre os elementos tipicamente militares que podem entrar na solenização da celebração temos a guarda de honra ao altar e o terno de clarins ou fanfarra.
3 – Somente os militares que integram a força que executa as acções referidas no número anterior adoptam a postura militar correspondente a cada um dos momentos próprios da sequência da execução das mesmas.
4 – Os fiéis militares que participam na celebração eucarística, quer em templos ou fora destes, devem tomar as atitudes recomendadas pelas regras litúrgicas em vigor.
5 – Os militares que participam na celebração nunca estarão sob formatura. Se for necessário, em celebrações eucarísticas realizadas fora dos templos e com grande participação, os militares podem estar ordenados à maneira de formatura. Mas, mesmo nesta situação, devem seguir as atitudes litúrgicas normais. Creio que é muito claro o que está escrito e dispensa qualquer comentário.

4 - A postura dos escuteiros

Parece-me que a grande questão que se tem levantado entre os escuteiros, e na qual não tem havido uniformidade, diz respeito ao momento da consagração. Creio que em relação a este momento é difícil de definir de um modo taxativo uma forma única. Talvez possa haver um critério de alguma uniformidade, que não deve ir além do que é dito na Instrução Geral do Missal Romano. A diversidade das situações em que é celebrada a Eucaristia com os escuteiros, e a diversidade de hábitos e ritmos das comunidades a que pertencem ou onde os mesmos estão integrados, é que devem determinar a melhor postura. Tendo no entanto presente que deve haver uniformidade entre todos no decorrer da celebração. Penso que o CNE não precisa de um cerimonial especial para além do que já está previsto. Talvez se possam coligir alguns elementos para que se possa lembrar e recomendar qual deve ser a postura dos escuteiros quando participam uniformizados nas celebrações litúrgicas.


O Assistente do Núcleo Oeste - Região de Lisboa: Padre Joaquim da Nazaré